sábado, 3 de outubro de 2009

Legislativas 09

Com as câmaras e os microfones desligados imagino os militantes socialistas a comentarem em off:

- De facto, os resultados eleitorais não nos correram bem.
Perdemos!
Perdemos a oportunidade de recolocar o PS na sua verdadeira linha ideológica.
Perdemos a oportunidade de nos livrarmos dos que querem implodir o PS.
Perdemos uma oportunidade de mostrar como é que a ética e os princípios se sobrepõe aos interesses e oportunismos.
Como é que foi possível?
Ainda não há 8 anos, uma trapalhada com um queijo e outra que metia fundações, armandos e varas, o PS soube resolver o assunto.
O que é que aconteceu desta vez para que o PS não tenha sido capaz?

- Simples. Estes tipos têm tudo controlado. O PSD não mandou apenas o Sócrates para se apoderar do PS. Mandou o Sócrates e mais 6% ou 7% de eleitorado para garantir que desta vez a coisa corria bem.
Para garantir as grandes obras públicas, a privatização da saúde a “elitização” da educação”... enfim, para garantir que as “reformas” avançavam em direcção às pessoas certas sem percalços e empecilhos de última hora.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Qual a estratégia a seguir?

Depois de greves e manifestações e aparentemente num impasse, os professores perguntam-se:

Então e agora?
Qual a estratégia a seguir?

E agora? (1/3)

Quando “atacados” logo no discurso de tomada de posse do actual Primeiro-Ministro os farmacêuticos não vieram para a rua em manifestações gritar palavras de ordem tipo:
“temos direito aos nossos direitos” ou...
“não à diminuição dos nossos lucros”
!

Não vieram… e fizeram muito bem.
Os professores vieram… e fizeram muito bem, também.

Fizeram bem porque, desde logo, estamos a falar de coisas diferentes e, como tal, diferentes devem ser também as suas “lutas”.

Foi, aliás, na sequência dessas monumentais Manifestações que os professores recuperaram algum do respeito destruído por esta equipa ministerial.

Só que agora coloca-se a questão: “o que fazer a seguir?

Voltemos então aos farmacêuticos.
Estes, quando “atacados”, reagiram com campanhas publicitárias (realizados por profissionais da comunicação) onde a mensagem não era:

ai e agora os nossos direitos” mas sim
ai, agora a segurança dos consumidores” e...
ai está em causa a segurança dos doentes”!

Pois bem, penso que estamos na altura de seguir por aqui.

Recorrer aos profissionais da comunicação (no caso comunicação social) para passar uma mensagem que mostre que estas políticas educativas prejudicam gravemente os nossos filhos («nossos» dos portugueses e não «nossos» dos professores) e condicionam irreversivelmente o seu futuro.

Este, acredito, é o caminho!

O Caminho (2/3)

Para isso é necessário começar por envolver os professores nesta “causa” (para não lhe chamar "luta") para que a sintam como sua.
Pedir a colaboração de todos para contribuírem no âmbito da sua área... fazerem aquilo que sabem fazer e trabalharem naquilo em que são bons.

Basta olhar para as manifestações para ver a capacidade criativa dos professores na realização de materiais.

Então, por que não criar conteúdos que permitam a realização de Exposições, Concertos, Festas Palestras etc. Cada uma destas iniciativas, para além dos objectivos principais (reabilitar a imagem do professor), teria paralelamente a função de “divulgar” a verdadeira política educativa e as suas consequências para o futuro dos nossos filhos.

Por exemplo: elaborar um site que disponibilizasse conteúdos dos vários níveis de ensino/disciplinas para que os filhos possam estudar nas férias – tipo aqueles livrinhos que se compram agora no início das férias (para fazer na praia) para que os miúdos não se esqueçam da matéria).
Conteúdos que os pais pudessem descarregar e que estariam, por exemplo, no segundo ou terceiro clique da página sendo que os primeiros níveis teriam informação sobre a real política educativa e os seus efeitos nefastos.


Paralelamente (e complementarmente) devia-se “espalhar” mensagens curtas e incisivas em outdoors, encartes, anúncios na rádio e televisão, etc.
Esta estratégia tinha a vantagem de, para além de informar a opinião pública , motivar muitos comentadores e editores de informação a "mudarem de opinião" e visão sobre os professores algo que acontece automaticamente partir do momento em que a comunicação social percebe que há vontade e dinheiro para investir,

E por falar em dinheiro para investir... estas coisas custam dinheiro. Onde é que se arranja a verba?

Financiamento (3/3)

E como financiar esta “campanha”? Pergunta-se!

Simples. Basta, como se disse, envolver os professores.

Primeiro: motivá-los a facultar conteúdos de acordo com as suas áreas.
Professores de EV, EVT… a colaborarem em exposições, cartoons, etc.
Professores de Música, Ed. Musical a disponibilizarem músicas e a colaborarem em concertos e coisas afins (não convém esquecer o enorme valor que representam, por exemplo, os professores dos conservatórios).
Professores das áreas mais formais, por exemplo, a disponibilizavam conteúdos que levem os encarregados de educação a procurar o site ou textos para publicações.

Segundo: pedir-lhes uma pequena contribuição em dinheiro.
Façamos contas: bastava que 100.000 (dos 150.000 professores) se disponibilizassem a contribuir com 5 euros, teríamos um total de 500.000 euros.
Com 500.000 euros já era possível fazer alguma coisa em publicidade.

Claro que era preciso “alguém” que liderasse o processo.
O ideal seria termos os sindicatos, a partir de uma estrutura semi-autónoma (com mais flexibilidade) a gerir o processo. Teria a vantagem, neste caso, de poder utilizar os recursos já existentes (meios gráficos, entre outros…)
Contudo, sendo certo que não se nota qualquer vontade por parte destes em mudar as suas “formas de luta” creio que esta iniciativa poderia partir dos movimentos independentes.
Paulo Guinote, Ramiro Marques, Ilídio Trindade e outros, individualmente ou em grupo, bem poderiam tomar esta iniciativa.
Pensem nisto!

Enfim… era bom!

sábado, 30 de maio de 2009

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Agita Dores

Está prevista para amanhã mais uma manifestação de professores.
De menor dimensão que as anteriores, segundo parece, mas não menos relevante.
Até porque a questão dos números nunca foi, segundo a própria ministra, um critério importante já que para ela, 100 ou 100.000 era completamente indiferente.
Ali, impressionante vai ser ver aquela quantidade de gente a abdicar de um fim-de-semana tranquilo (sim, porque isto de ir a manifs é uma seca monumental, acreditem) para reivindicar o direito à dignidade no trabalho.
Eu explico:
A sociedade está cada vez mais exigente e competitiva. Daí que a Escola deveria ter como prioridade responder a esta necessidade.
Porém, a tutela, no momento de escolher, optou pelo modelo educativo que apenas responde a estatísticas em detrimento de um modelo realmente eficaz.
E este modelo «estatisticométrico» para que possa ser eficaz obriga a que, no seu dia-a-dia, a Escola seja facilitista. Empurra os professores para o facilitismo. E é este facilitismo que os choca. Que os atinge na sua dignidade pessoal e profissional.

Por isso, a manifestação de amanhã faz-me lembrar aquele anúncio da Antena 1 onde aparecia o automobilista a perguntar à Eduarda Maio (aquela que publicou o livro “Sócrates o Menino de Oiro):
- Então Eduarda, desta vez a manifestação é contra quem? – perguntava ele.
- É contra si! – respondia ela.
- Ora, ora, pois sim, contra mim...
- Sim, contra si. É contra si que está aí preso no trânsito e quer chegar a horas… - respondia ela convencida que estava a fazer um serviço público à nação.

Pois bem, esse anúncio bem poderia ser agora reeditado apenas com algumas adaptações tipo:

- Então Eduarda, desta vez a manifestação é contra quem? – pergunta ele.
- Não é contra ninguém. É a favor si! – responde ela.
- Ora, ora, pois sim, a favor de mim...
- Sim, a favor de si. É a favor de si que é pai e quer o melhor para os seus filhos… - responde ela desta vez a fazer mesmo um serviço público de informação.
Então até amanhã!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Doutores & Engenheiros

Não!
Este "Doutor Sócrates" não é o «Engenheiro» Sócrates, sendo que, provavelmente, o «Engenheiro» Sócrates, se calhar, também não é Engenheiro. Adiante…

Quando criei este espaço estava ciente dos riscos. Nos tempos que correm, se a coisa correr mal há-de vir por aí alguém a correr acusar-me de citar o nome de Sócrates em vão. Mesmo assim acho que posso arriscar.
Afinal, se o Sr. Smith, o Sr. Pedro, o Sr. Mota e até o primo, o tio, e quem sabe o periquito (opss, os periquitos não falam, pois não?), quero dizer, o papagaio, podem usar, segundo parece, o nome do senhor sem que nada lhes aconteça, também eu, neste humilde espaço e com muito menos pretensões, me sinto no direito, quiçá no dever, de ver e dar a ver a realidade segundo o meu ponto de vista.

E, com um bocado de sorte, ele nem terá razões para ficar chateado. Se calhar até o ajudo a ganhar eleições… ou não!
Vamos ver.